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Centro Ismaili
© Sadik SikanderCentro Ismaili

Open House abre as portas do Convento dos Cardaes e de mais 73 espaços

A nova edição acontece a 11 e 12 de Maio e debruça-se sobre espaços que são palco de mudanças e transições. As visitas são de entrada livre.

Escrito por
Beatriz Magalhães
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Não faltam por aí lugares para explorar. Apartamentos, conventos, galerias e centros culturais. Alguns sítios são anteriores ao terramoto de 1755 e ainda resistem, outros cheiram a tinta acabada de pintar. Numa cidade em constante movimento, no limbo entre o que fica e o que muda, os espaços mantêm-se, mas lá dentro há sempre coisas novas a acontecer. Sob a temática “Os Híbridos das Transições”, o Open House Lisboa, que acontece nos dias 11 e 12 de Maio, abre as portas a espaços que estão normalmente fechados.

A 13.ª edição da iniciativa contempla a visita de 74 espaços, entre os quais 48 estreias, num total de 866 visitas de entrada livre. Este ano, o Open House conta com os irmãos Alexandre Marques Pereira e Sandra Marques Pereira como comissários. A escolha adveio de uma vontade de dar a conhecer as várias camadas que compõem a cidade através de perspectivas distintas, neste caso de um arquitecto e de uma socióloga. “Podemos olhá-la de muitos ângulos, do ponto de vista arquitectónico, espacial, sociológico, antropológico... e, portanto, é para nós um factor fundamental partilhar visões, imagens, olhares diferentes sobre a cidade”, explicou o presidente da Trienal de Arquitectura José Mateus na conferência de imprensa desta terça-feira.

Galeria Quadrum
DRGaleria Quadrum

A selecção dos espaços, bem como a escolha do tema, baseia-se na interdisciplinaridade entre as áreas da arquitectura e sociologia, em que se exploram as mudanças às quais os espaços são sujeitos. Mas, não só. “Os Híbridos das Transições” faz ainda a ponte com o cinquentenário do 25 de Abril – “A revolução é uma mudança de um dia para o outro e, de facto, as transformações do espaço, da arquitectura, são feitas de transição, no sentido que é o enfatizar da sua dimensão processual e do tempo. Mistura elementos contraditórios, elementos do passado e do presente e, portanto, é o híbrido”, diz a socióloga Sandra Marques Pereira.

Faça o favor de entrar

À boleia de uma visita guiada, passamos por três dos locais que vão estar abertos a visitas. A Casa do Comum é a primeira paragem. No número 285 da Rua das Rosas, o Centro Cultural do Bairro Alto, um sonho antigo de José Pinho, inaugurou a 1 de Novembro de 2023 e apresenta-se como um espaço multidisciplinar. No primeiro piso, passando o hall de entrada, encontramos o bar e salas que costumam ganhar vida à noite. Nos andares acima deste, há uma sala de descanso e de leitura, uma sala de estar, pequenas salas que servem de galeria e ainda uma livraria. Nesta casa, a ideia é que todas as salas possam ter utilizações diversas, desde concertos, debates a exposições e sessões de cinema, de forma a criar um pólo para diferentes públicos.

Convento dos Cardaes
© Elia Diez RobertsonConvento dos Cardaes

A dois minutos a pé da próxima paragem, descendo pela Taverna Conde Soure e virando para a Rua de O Século, chegamos ao Convento dos Cardaes. Erigido em 1681, resistiu ao terramoto de 1755, tendo sido fundado por D. Luísa Távora para as Irmãs Carmelitas. Desde o século XIX é dirigido pelas Irmãs Terceiras Dominicanas para acolher pessoas portadoras de multideficiência grave. Hoje, vivem lá quase 40 pessoas. Na igreja, decorada em talha dourada, destacam-se pinturas de André Gonçalves e António Pereira Ravasco e ainda uma colecção de azulejos holandeses. Lá dentro, por entre cantos e recantos, contam-se dois claustros, um refeitório, uma sala do capítulo, entre outras dependências. 

Um pouco mais longe, na esquina da Rua do Arsenal, no Largo Corpo Santo, um apartamento também abre as suas portas. No 4.º andar do prédio, o espaço foi reabilitado pela João Carmo Simões Arquitectura, com a vontade de dar uma maior abertura ao Apartamento Esquina Pombalina. Apesar de apresentar uma estética contemporânea, em que se destaca o uso da mármore e madeira, o carácter pombalino continua presente. Com dois quartos, duas casas-de-banho, uma sala de estar, uma futura pequena biblioteca e uma cozinha open space que dá para uma sala de jantar, o apartamento foi renovado de forma a potenciar a relação envolvente com o Cais do Sodré.

Casa do Comum
© Tiago Alves MirandaCasa do Comum

A 11 e 12 de Maio, além da visita a estes e outros espaços, pode fazer cinco passeios por diferentes bairros de Lisboa e um passeio sonoro, entre as Praças da Figueira, Martim Moniz e do Chile. O programa Júnior inclui leituras, oficinas e duas visitas feitas por jovens no Centro Ismaili (sábado, entre as 10.00 e as 11.30) e na Escola do Castelo (domingo, entre as 11.00 e as 12.30).  

As actividades acessíveis compreendem visitas tácteis ou com audiodescrição, um percurso urbano em Telheiras Sul para pessoas com mobilidade condicionada (sábado, às 16.00), uma visita no Palácio do Grilo (sábado, às 10.30) e uma visita com interpretação em Língua Gestual Portuguesa no Bairro das Fonsecas e Calçada (domingo, às 11.00).

Há ainda 12 eventos "Plus" que se realizam em espaços do programa, como um documentário, dois concertos, dois workshops e sete exposições. 

Vários locais. 11-12 Mai. Vários horários. Entrada livre

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