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Ana Sofia Serra/CMLAlameda Dom Afonso Henriques

Neste Dia do Trabalhador, há muito que fazer. Eis seis programas (e algumas curiosidades)

Há teatro, música e outros encontros. Aproveite estas seis coisas para fazer no Dia do Trabalhador.

Rute Barbedo
Escrito por
Rute Barbedo
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Estávamos em 1886, dia 1 de Maio, quando 500 mil trabalhadores saíram às ruas de Chicago, nos Estados Unidos, para exigir que um dia não tivesse mais do que oito horas dedicadas ao trabalho. Passados 138 anos, dezenas de direitos foram adquiridos em diferentes países, mas as oito horas mantêm-se como regra para muitos. E é por essas e por outras que se continua a ir à rua no 1.º de Maio, ano após ano. Da manifestação tradicional pela Avenida Almirante Reis até festas e concertos, que ruas e espaços quereremos tomar neste Dia do Trabalhador em Lisboa? Ficam aqui seis sugestões.

Cinco curiosidades históricas sobre o Dia do Trabalhador

Além da programação, também há espaço para ficar a saber um pouco mais sobre este dia, que marcou (e pode continuar a marcar) o nosso calendário para sempre. Deixamos-lhe, assim, cinco factos incontornáveis sobre o Maio dos trabalhadores.

1. Exaustos? Sem sombra de dúvidas. Sem descanso semanal nem regulação do número de horas diárias dedicadas ao labor, os trabalhadores do século XIX começam a organizar-se. Em 1864, a Associação Internacional dos Trabalhadores é criada no St. Martin's Hall, em Londres, na presença de cerca de 2000 pessoas, muitas de organizações operárias inglesas, francesas, italianas, alemãs ou polacas.

2. Chicago, 1 de Maio de 1886. Perto de 500 mil trabalhadores saem à rua em greve geral para exigir a redução da jornada laboral para oito horas. A polícia fere e mata dezenas, tentando destruir a manifestação. Quatro dias depois, o espaço público é novamente tomado, pelos mesmos motivos. Em 1890, os trabalhadores conseguem a tão desejada redução de horário

3. Em 1889, decreta-se, no Congresso Operário Internacional, em Paris, o 1.º de Maio como o Dia Internacional dos Trabalhadores.

4. As exigências também se fazem por terras lusas. Mesmo perante um regime repressivo, em 1919, a lei portuguesa responde aos trabalhadores com a consagração do direito a oito horas de trabalho diárias, bem como ao descanso aos domingos, para as áreas do comércio e da indústria. Portugal destaca-se como um dos primeiros países europeus a aderir à luta pelo limite máximo das oito horas de trabalho por dia, deixando as habituais 10, 12 ou 14 (o chamado “de sol a sol”) para trás. 

5. Só em 1974, no entanto, no rescaldo da Revolução, é que Portugal decreta o Dia Internacional do Trabalhador como feriado. E aí está ele.

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Dia do Trabalhador em Lisboa

A manhã a correr

Para quem ainda não se inscreveu, as derradeiras vagas para a Corrida 1.º Maio podem agarrar-se (presencialmente) entre as 17.00 e as 19.00 de hoje, dia 30 de Abril, no Estádio do Inatel. A tradicional corrida tem partida e chegada no Estádio e é de 15 km. Para quem gosta de exercício, mas até vai mais pelo convívio, há uma corrida de 4 km, a começar na Alameda.

  • Coisas para fazer
  • Martim Moniz

Todos os anos, a CGTP-IN (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional) assinala o Dia Internacional do Trabalhador com "manifestações, concentrações, convívios e iniciativas culturais, desportivas e lúdicas" em diferentes pontos do país. Em Lisboa, como de costume, está marcada para as 15.00 a concentração na Praça do Martim Moniz, com o intuito de subir a Avenida Almirante Reis até à Alameda Dom Afonso Henriques, em colectivo. Lá, as habituais barraquinhas com bebidas, bifanas e sardinhas dão conta dos estômagos e, correndo bem (as previsões meteorológicas apontam para umas gotas de chuva apenas de manhã), o sol brilhará. Há ainda o palco junto à fonte luminosa, que contará com a actuação de Luta Livre.

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Ir ao cinema

Quinta é o dia das estreias, mas, esta semana, a coisa muda de figura. Com o Dia do Trabalhador pelo meio, há muitas antecipações para quarta-feira. Destaque para Não Esperes Demasiado do Fim do Mundo, uma longa-metragem que conta a história de uma assistente de produção sobrecarregada e mal paga (quem falou em direitos dos trabalhadores?), que circula por Bucareste a fazer castings para um vídeo sobre segurança no trabalho, encomendado por uma multinacional. Engenhoso? O filme vai estar em exibição no Nimas e no Ideal, às 21.00.

  • Teatro
  • Santa Maria Maior

Há teatros a fechar as portas, porque, se é Dia do Trabalhador, também os profissionais do teatro devem parar. Mas há outros, como o Politeama, que oferecem descontos aos espectadores. Entre o dia 1 e o dia 5 de Maio, quem for ver Laura, o musical, em cena desde Novembro, paga menos 15%, pelo que os bilhetes variam, nesses dias, entre os 8,50 e os 29,75 euros. “Sem o 25 de Abril esta peça não estaria em cena”, lê-se no cartaz que anuncia o espectáculo de Filipe La Féria, centrado na vida de Laura Alves, ou seja, no período entre o final da Primeira República e o início do século XXI.

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  • Bares
  • Cervejaria artesanal
  • Marvila

A partir das 15.00, há motivos para celebrar em Marvila. “Velhos” amigos que faziam bonitas festas em Coimbra juntam-se agora na Musa para dar o gosto ao dedo e fazer a malta dar ao pé, até porque os trabalhadores merecem alegria no dia que lhes é dedicado.

  • Coisas para fazer
  • Grande Lisboa

São um coro criado em 2012 que trabalha num repertório próprio, em torno de três conceitos: um mais voltado para as chamadas Músicas do Mundo, outro focado em temas marcantes da música portuguesa e um terceiro que celebra temas e datas incontornáveis do calendário. Neste 1.º de Maio, é ouvi-los a partir das 19.00 na Casa do Comum, no Bairro Alto. A seguir, às 21.30, no mesmo espaço, há ainda lugar para o quentinho do cinema (com Outro País, de Sérgio Tréfaut, integrado no ciclo CINEPREC) e para música no Bar Alfarrabista, a partir das 21.00, com Slow Slow Loris (deu/us), Nzungu & Katerina L'Dokova e DJ Marx (nada a ver com o Karl, apesar do peso da data).

Maio em Lisboa

Concertos em Lisboa em Maio
  • Música

Os antigos diziam que Maio era o mês das trovoadas. Sobre isso não podemos dizer muito mais – recomenda-se uma visita ao Instituto Português do Mar e Atmosfera –, mas faça chuva ou faça sol, vale a pena sair de casa para assistir a uns quantos concertos em Lisboa.

  • Coisas para fazer

Diz o provérbio que "em Maio nem à porta saio". Mas diz mal. Apesar do ocasional dia de chuva, o mês de Maio é mesmo um dos melhores para sair à rua em Lisboa. Já é quente, mas ainda não demasiado, os dias ficam cada vez maiores, as esplanadas mais cheias e os parques mais compostos, há muitas e variadas coisas para fazer. Há, mais concretamente, concertos, corridas, exposições, festas, festivais, mercados, peças de teatro e workshops. É só escolher. 

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